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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Comentário Sobre Artigo

A guerra contra o Brasil? (Ou a favor da livre iniciativa?).
Publicada: 21/05/2012
Autor: Sérgio Malbergier

 A importante revista de negócios americana “Bloomberg Businessweek” estampou em letras garrafais na sua capa da semana passada a manchete: “A guerra do Brasil contra as grandes petroleiras”. Verdade. É uma guerra para espantar que se atreveu a investir aqui, pois, muitas já se foram e com elas os empregos a, principalmente, jovens engenheiros recém-formados!
A extensa reportagem relata os desdobramentos do vazamento de petróleo de um campo operado pela Chevron na Bacia de Campos, em novembro passado
.
 “Não houve feridos, peixes contaminados, tartarugas mortas ou petróleo na costa”, diz a reportagem, mostrando o estupor do setor com a reação do Ministério Público, das autoridades brasileiras e da imprensa ao caso: o procurador pede na Justiça mais de R$ 20 bilhões de indenização.  Verdade! Não houve mesmo nada disto ou, ao menos, a imprensa esquerdista não noticiou, apesar de, ter tentado e não descobrir algo neste sentido.

 A capa da “Bloomberg Businessweek” é mais um claro alerta de como a visão do Brasil de queridinho do mercado global está ameaçada. Grandes investidores e analistas começam a ter restrições ao país sob a bota do neodesenvolvimentismo ou, no jargão mais internacional, do capitalismo de Estado. Se tudo que é estratégico devesse que ficar na mão do estado inoperante e(ao menos o nosso) corrupto, porque não estatizar a produção de alimentos. Quer mais estratégico do que isto? Não teríamos um “feijãozinho” sequer para comer!

 Eles olham para a Petrobras, o maior cartão postal brasileiro nos mercados mundiais, mais negociada em Nova York do que em São Paulo, e veem que a prioridade da empresa é remunerar o Estado (seu controlador), e não o restante dos acionistas, e que há muitos outros fatores além da racionalidade econômica operando ali. A política industrial para o setor se mostra não só onerosa como inoperante ou retardada, basta ver a Transpetro. Confesso! Não entendi nada, deste paragrafo, para comentar.

E é tudo assumido. Menos culpa, que é dos outros, de preferência estrangeiros. Qual a utilidade dos recorrentes e deselegantes ataques contra a política econômica de países aliados, consumidores de nossas exportações, ou contra o mercado em geral, sem distinguir investidores e especuladores? Se usassem o mesmo critério raivoso com as ocorrências da Petrobras, esta, já estaria fechada!

 Mas mesmo assim ainda somos queridinhos. O Brasil foi redescoberto pelo mundo na onda emergente. O mundo começou a olhar para o Brasil e gostou do que viu. Claro! O governo, para manter a aparência de pais desenvolvido, paga maior taxa de retorno, em juros, em investimento do mundo em detrimento da população com impostos escorchantes!

 Um país democrático, ocidental, capitalista, com enormes capacidades agrominerais e um mercado interno grande e em expansão. Nenhum dos outros emergidos tem esse mix na escala brasileira. Mas, de que adianta termos isto tudo? Se os esquerdistas, temporariamente no poder, acham que são deles. Ops! Da nação eu queria dizer. Desculpem foi um ato falho!

 Essa visão benigna é um óbvio ativo, apesar da insistência de nossa diplomacia econômica de atacar aliados. É um bode irracional do capitalismo e do mercado já que foi o PT quem mais se beneficiou politicamente do avanço do capitalismo brasileiro. Confirma o que disse acima. Ops, de novo, foi, mais um, ato falho!
Ao contrário do que os militantes de esquerda previam, o Brasil foi um dos países ganhadores do aumento da globalização. Nossas commodities são consumidas vorazmente pelo mundo, e nosso mercado e nossas empresas atraem investimentos bilionários. Até nossa moeda ficou sexy (mas isto pode estar mudando). Apesar dos esquerdistas fazerem de tudo para que não dê certo, empresas privadas como a Vale (nem tanto, na verdade, mas, já melhorou muito) proporcionaram estes boom!

Há de fato tendências fantásticas no Brasil hoje —quem tem mais de 40 anos como eu entende melhor isso. Livre finalmente da ditadura, minha geração viveu a frustração econômica dos anos 1980 (PIB de 3,0% na média 1980-89), 1990 (PIB de 1,7%! na média 1990-99) e mesmo 2000 (3,3% 2000-2009). Neste século 21 fomos melhorando e culminamos no PIB de 7,5% de 2010, fechando com chave de ouro a Era Lula. Acho, humildemente, que este jornalista deveria estudar muito mais do que o fez e não se deixasse influenciar (propositalmente ou não) pelos discursos antigos que já não existem mais nem onde eles se inspiraram!

Mas desde então, as coisas acalmaram, e já há quem veja limites no crescimento do país, que não consegue fazer reformas óbvias como a tributária e reduzir o custo mais vexatório de todos, o custo que leva o nome do país, o custo Brasil. Confirma o que disse acima. Ops, de novo, foi, mais um, ato falho!

O governo, curiosamente, prefere operar no câmbio e nos juros do que na economia real. Uma siderúrgica instalada no Rio nesta semana sinalizou que quer vender a planta por causa dos altos custos de operação no país. Uma fabricante de alumínio também pensa do mesmo jeito. “...É uma guerra para espantar que se atreveu a investir aqui...”
 Em relação a Lula, Dilma é mais nacionalista, mais intervencionista e mais estatista. Onde Lula era sabidamente flexível e pluralista, Dilma é monolítica. Sua guerra às petroleiras estrangeiras se soma à guerra aos bancos e à guerra às políticas econômicas dos países mais desenvolvidos.”... É uma guerra para espantar que se atreveu a investir aqui...”
 
 No momento em que o inevitável, incontornável, incontrolável mercado fica arisco, como hoje, é muito bom ser queridinho do mercado. O Brasil às vezes faz de tudo para perder essa boa fama. Não dá para entender. É como o Brasil ir à guerra contra o Brasil. Aí, sim! Eu concordo (e a maioria da população ordeira, que não mama nas tetas do estado, seja com funcionário ou politico, também), esta mesma que paga impostos inimagináveis em outros países, até menos “desenvolvidos” do que o nosso.

Enfim! Quanto a área de petróleo e gás, deixem o mercado livre e prometemos não deixar a estatal de petróleo acabar por incopetencia!

Luiz Henrique

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