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terça-feira, 19 de julho de 2011

Vão Faltar Engenheiros no Brasil? Vão mesmo?


Mão de obra especializada vai ficar mais cara, diz estudo do Ipea.

 Brasília, 15/03/2011,18h26  - Faltarão profissionais capacitados ao Brasil para atender o mercado se a economia crescer na média anual prometida pelo governo de 5,9% ao ano. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que não há como abastecer de forma sustentável o mercado de engenheiros se o país crescer a 6% ao ano de 2011 a 2020 e que o custo desta mão de obra especializada vai ficar mais caro daqui para frente.
 As maiores carências devem ser identificadas nas áreas de petróleo e gás, construção civil, mineração biotecnologia e metrologia. Embora a quantidade de engenheiros formados até 2020 seja suficiente para suprir a demanda por estes profissionais no futuro, várias obstáculos limitam a oferta de mão de obra especializada no país e devem ser um dos principais gargalos para o crescimento sustentável da economia brasileira.
No cenário de crescimento mais otimista do Ipea, 68% dos profissionais com diploma em 2020 teriam que trabalhar na sua área específica. Atualmente, segundo dados do instituto, apenas 38% dos engenheiros exercem a ocupação. A maior parte deles segue em busca de oportunidades mais vantajosas em outras áreas. Este não é o único problema identificado pelos especialistas. Dos engenheiros formados pelas universidades brasileiras, apenas 28,1% têm notas consideradas de alta desempenho. Mais de 42% tiveram baixo desempenho e quase 30%, resultados medianos. Além disso, a maior parte dos profissionais da área exerce outras profissões, o que esvazia a oferta de engenheiros ao mercado.
Ainda que se concretize um cenário menos otimista de crescimento médio de 4%, próximo dos 3,5% registrados entre 2000 e 2010, não existe a garantia de que todos estes gargalos serão superados. Mas a demanda menor por engenheiros tenderia a equilibrar as falhas do mercado, embora não tenha como conter a alta dos salários dos profissionais mais experientes.
- Considero sustentável. Os novos profissionais tendem a se dirigir para suas ocupações mais típicas no início de carreira. Mesmo assim, o custo dos seus salários será mais elevado, assim como o de treinamento e capacitação - disse Aguinaldo Maciente, um dos autores do estudo do Ipea. O país deve passar a formar entre 86 mil e 148 mil engenheiros por ano a partir de 2020. Até 2008, o Brasil formava 47 mil engenheiros em um ano. 

Meu Comentário:

Baseado na antiga, de março, reportagem acima, realmente, se o Brasil crescer, como a propaganda oficial, vão faltar engenheiros, mas, não somente eles, mão-de-obra desqualificada também, materiais e, principalmente, energia.

Mas, vamos nos ater apenas aos engenheiros de petróleo. Estes são mal formados por faculdades que, ainda, copiam a forma francesa de não sei quantos séculos atrás em que a educação deve “enciclopédica” O aluno tem que aprender toneladas de informações desnecessárias que, em outros métodos de ensino, seriam assimiladas durante a carreira e, mesmo assim, se eles quisessem!

Os engenheiros de petróleo (EP) são treinados em geologia, mas, deveria ser o suficiente, apenas, para entenderem a formação e não receberem um conteúdo destinado a geólogos. A ênfase deveria ser dada a estes reservatórios e as programações de poços que os embasariam a determinar como a produção deverá ser feita, a que pressão e vazão para permitir uma produção econômica para a empresa produtora. E ficaríamos por aí, até a árvore de natal!

A partir deste ponto, eles, não são treinados para dimensionar linhas de produção, especificar vasos separadores, tratadores de óleo, compressores para gas natural e dutos de escoamento. Exemplo, num sistema de gas lift, eles vão determinar o volume e a frequência da injeção, mas, não possuem conhecimentos para especificar os compressores.

E este ensino da disciplina de reservatórios esta tão fraca que um post, como aquele que coloquei no QG do Petróleo sobre o relatório final do acidente da Transocean, não recebe um comentário. Isto se deve ao fato deles não terem recebidos ensinamentos suficientes para, sequer, fazer perguntas!

Engenheiros de petróleo são para o subterrâneo. Será que ninguém avisou isto aos alunos?

Eu recebo emails, de engenheiros de petróleo, solicitando informações sobre o meu curso de operadores de estação de produção, quando começo a discorrer sobre o programa, percebo, que eles tem certa dificuldade de entendimento, alguns, não sabem mesmo o que seria um flange, schedule ou classe de pressão de tubulação. Isto me leva a pensar que algo está errado, EP deveriam pensar em VOiP, em áreas de interesse, em fractoring (qual escolher, hidráulico? Pneumático?) e não em vasos, tanques, compressores, bombas. Será que eles não conversam com os professores sobre quais cursos querem fazer?  Ou fazem e não recebem a devida orientação e recebem, mas, a resposta errada? Fazendo-os serem reprovados em entrevista para estágios ou trainee nas empresas e, a partir disto, quererem fazer valer o tempo e dinheiro investido numa má formação partindo para um verdadeiro “tiroteio” para arranjar vaga na indústria em qualquer tipo de serviço.

Vejam que quando uma empresa como a Chevron monta um lab, como esse na PUC-RIO, faz um laboratório de treinamento em que? Reservatórios, reservatórios e tome treinamento em análises de reservatórios! E nunca verão, uma empresa desta, em uma faculdade de engenharia de petróleo, montar um lab para produção, por exemplo.

Ouso dizer que 85% dos formandos em engenharia de petróleo, ou não vão concluir o curso ou não vão ingressar no mercado de trabalho nesta profissão por deficiência da formação. Não é a toa que a estatal de petróleo brasileira forma a sua mão-de-obra especializada porque não confia na formação das faculdades brasileiras. 

Esta condição deve se aplicar as outras disciplinas de engenharia também. E não vejo movimento para mudar as grades da faculdade. Então, baseado nisto, digo que, assim, vão faltar engenheiros mesmo!

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