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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vida de Operador de Estação - Parte I (repetida) e Parte II


Ao invés de descrever o que vocês acham fácil no Google, vou narrar um dia do operador na empresa em que trabalho que possui algumas estações deste tipo abaixo.

Local: Foz do Rio São Francisco - Município de Brejo Grande - Sergipe.

Chegada: Após uma viagem de, aproximadamente, 01h40min, de carro de Aracaju até o portinho, onde pegamos o barco (na verdade uma canoa motorizada) e, neste, uma viagem de 30 minutos serpenteando um afluente do São Francisco, chegamos à ilha. 

Antes de chegarmos ao portinho, a 400 mt, aproximadamente, existe a estação de recebimento e carregamento de carretas com óleo e gas. Tudo que é descrito abaixo foi feito, também, neste local antes de partimos para a ilha.

Assunção do Serviço: Falamos com os operadores que estão saindo para verificar e tomamos um bom café da manhã:

- O livro de registro de Ocorrências (o livrão).
·         Se houver alguma(s) vamos analisar se já foi corrigida, se podemos corrigir ou se devemos chamar a engenharia de manutenção.
·         Quantos barris de óleo foram produzidos e quantos m³ de gas natural.

- Deve-se, antes de assumir o serviço pela assinatura no livro de ocorrências, dar uma volta na estação com os operadores que vão entrar de folga, pois, oficialmente, eles ainda são os responsáveis pela estação.

- Verificamos, neste passeio, os estados aparentes dos equipamentos e instrumentos.

- Como estamos numa ilha, deve-se observar a quantidade de alimentos e a qualidade destes.

- Checamos a comunicação com o escritório em Aracaju.

- Verificamos os computadores (as telas) que nos mostram o andamento do processo.

- Enfim, assumimos o serviço!

O serviço:

- Verificamos nos instrumentos e válvulas na cabeça do (s) poço (s) a (s) vazão (ões) e pressão (ões) e checamos com o que nos informa a tela.

- Checamos a existência de vazamentos nas tubulações e válvulas que ligam o poço ao vaso separador. Verificamos, também, a integridade dos suportes destas tubulações.

- Checamos ao vaso separador a procura de inicio de corrosão, vazamentos pelos flanges, apertos dos parafusos-estojos e sinais de vazamento que poderiam ser “camuflados” pelos operadores anteriores.
- Verificamos o nível de óleo no vaso separador e comparamos com a tela do computador da sala de controle.

- Checamos a tubulação e válvulas entre o vaso separador e os tanques. Procuramos vazamentos, válvulas dando passagem, etc.

- Checamos, agora, os tanques do parque de tancagem. Procuramos vazamentos, válvulas dando passagem, etc.

- Medimos o volume dos tanques, comparamos com o que foi anotado pela equipe anterior no “livrão” e comparamos com a tela do computador da sala de controle.

- Verificamos os equipamentos periféricos, tais como, flare, trechos-retos de medição de gás, lançadores de pig.

- Verificamos os quadros elétricos e o de instrumentos.

- Percorremos o caminho dos dutos de escoamento da produção, no nosso caso, para o continente, e checamos a ocorrência de vazamentos e sinais de afloramento das tubulações.

- Retornamos a sala de operações, sentamos em frente à tela e monitoramos toda a operação.

É recomendado fazer uma ronda de hora em hora para uma re-checagem rápida de toda a estação.

Parte II

E assim passaremos nossa semana de serviço. Não pensem que será fácil! De repente, uma válvula, que deve permanecer fechada, começa a dar passagem ao fluxo. E agora? Ora! Temos que reparar este problema retirando a válvula, colocando um flange cego, ou raquete, ou, ainda, bolacha, chamem como quiserem, para interromper o fluxo e levar a válvula para a bancada e abri-la toda. Se tivermos os reparos para trocar, então, fazemos isto e, se não temos, comunicamos ao escritório central para o próximo portador trazer um. E, sempre, colocamos no “livrão” (nunca se esqueça disto!).  Nesta operação, que vai tomar um bom par de horas, nos sujamos todo e temos agora mais um ponto do processo para nos preocupar. Todas terças e sextas-feiras, temos carregamento. Pegamos o “iate”, atravessamos para o continente, antes se lembre de pegar as chaves da estação de carregamento. Chegando lá, abrimos a estação, conferimos os níveis dos tanques, preparamos os dispositivos e materiais para tomada de amostras obrigatórias e esperamos pela carreta de 30.000 lt que vai pegar o óleo. Assim que esta chega a estação, conferimos a nota-fiscal de transporte que já deve estar com o motorista, medimos os tanque com a sonda de medição na presença do motorista da carreta, anotamos e assinamos, começa a transferência por bombas.

Ao final da operação, fazemos uma inspeção final geral da locação, fechamos tudo e vamos para o portinho volta a ilha, antes, aproveitamos para fazer uma inspeção na área onde passa os dutos subterrâneos para checar se há vazamentos ou afloramento.

E esta é a nossa rotina, variando, as vezes, em decorrência de ocorrência de contratempos.

Mas, quanto ganhamos para fazer este serviço?

Na empresa em que trabalho, os operadores recebem R$ 2.600,00 + 30% de periculosidade + 50% de confinamento.

E qual nosso regime de turnos?

Na mesma empresa, fica assim, 7 dias na ilha e 7 de folga. Em outras estações isto varia muito, nas mais próximas da cidade de Aracaju, tem turnos de 24 horas trabalhando por 36 de folga, noutras, 4 x 4 dias.

E quantos operadores trabalham na ilha? 2 operadores por turno.

Mas, temos bons momentos também. Historias são contadas repetidamente e boas comidas com frutos do rio pescado ali mesmo.

Abraços,

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